URUGUAIANA JN PREVISÃO

Marisele Pereira Velasques

Retorno silencioso

No dia primeiro de julho os profissionais de educação do nosso município retornaram para a presencialidade nas escolas. Os portões estão abertos e só os alunos podem entrar com horários definidos e marcações no chão para ninguém chegar perto. Os professores os recebem escondidos por trás de duas máscaras, touca e luvas. Palavras precisam ser repetidas com frequência, porque tem momentos que não dá para entender o que se fala, mas estamos dando aula.
Algumas salas ainda estão sem alunos, outras com alguns poucos. Tudo muito silencioso sem aquela alegria e agitação de antes. As pracinhas continuam vazias, recreio nem sabemos quando poderá voltar a ter, tudo muito restrito e limitado. Mesmo que as salas de aulas estejam decoradas com alfabetos e numerais coloridos, continuam frias, pois só é permitido o mínimo de movimentos. Nada parecido com o que sempre eram nossos colégios.
Rostos cobertos e mãos higienizadas com álcool em gel. Olhos alegres pelo reencontro, mas sorrisos escondidos nas máscaras. Aqueles abraços gostosos, a briga para dar a mão para a professora e o beijo no rosto na hora da saída, por enquanto é saudade. Mas sabemos que tudo tem o seu tempo e quando todos os adultos estiverem vacinados, quem sabe os adolescentes também, aquela escola das nossas vivências e memórias volte a acontecer. Por enquanto vamos dando um passo de cada vez, atendendo quem sente segurança em mandar seu filho para escola, enviando atividades impressas ou pela internet para os pais que ainda preferem o distanciamento social.
Nessa nova forma de oferecer aprendizagem, a Educação Híbrida, temos em uma mesma turma diferentes maneiras de ofertar o mesmo conhecimento para todos só que com estratégias distintas. E seguimos nos adaptando, vencendo os medos e inseguranças. Quando essa pandemia entrar nos registros da História, com certeza os professores serão citados pelo seu sacrifício e desempenho em meio a tantas indecisões, pois sempre trabalhamos independente de decretos e nos empenhamos para não deixar a educação acabar, porque sabemos que graças ao conhecimento que ela oferece temos hoje as vacinas que estão diminuindo os casos da doença e dando mais esperança de ouvir novamente os risos nos corredores escolares quando pudermos finalmente nos libertar das máscaras.

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