Projeto leva ações de prevenção à hidatidose para escolas rurais
Prevenção
Projeto leva ações de prevenção à hidatidose para escolas rurais
📸 Divulgação/Ascom Seapi - Uruguaiana e Alegrete receberam atividades educativas sobre hidatidose entre 24/11 e 28/11, envolvendo Seapi, Unipampa, Fiocruz e equipes de saúde. Oficinas, jogos, palestras e observação de parasitas aproximaram o tema da rotina das escolas rurais.
Uruguaiana e Alegrete receberam, entre os dias 24/11 e 28/11, uma série de atividades educativas sobre a hidatidose, também conhecida como equinococose cística, doença parasitária crônica que acomete cães e pode atingir seres humanos. As ações envolveram servidores da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), pesquisadores, professores e equipes de saúde, alcançando mais de 800 estudantes de escolas rurais.
As atividades integram a primeira etapa do projeto “Diretrizes diagnóstico da equinococose cística e prevenção em áreas de vulnerabilidade no Brasil”, desenvolvido pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa) em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com apoio da Seapi. O objetivo é ampliar o conhecimento sobre a doença e orientar estudantes e comunidades rurais sobre prevenção e interrupção do ciclo do parasita.
As atividades envolveram oficinas lúdicas conduzidas pelo laboratório da Fiocruz, referência nacional no combate à hidatidose. Foram utilizados jogos, brincadeiras, modelos didáticos táteis para turmas do 1º ao 4º ano e palestras com vídeos educativos para estudantes do 5º ao 9º ano. Os participantes também tiveram a oportunidade de observar parasitas ao microscópio, aproximando o conteúdo da realidade das propriedades rurais.
De acordo com a médica veterinária Rovaina Doyle, pesquisadora do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor (IPVDF/Seapi), a ação busca reduzir a incidência da doença no Rio Grande do Sul. “Nesta etapa, trabalhamos com os estudantes temas como a biologia do parasita e as formas de prevenção da hidatidose. A meta é conscientizar a comunidade rural para quebrar o ciclo de transmissão”, destacou.
A segunda fase do projeto está prevista para janeiro de 2026, quando as equipes visitarão as propriedades rurais envolvidas para aprofundar as ações de prevenção. A Fronteira Oeste foi escolhida como área prioritária por apresentar maior incidência da doença.
Rovaina Doyle lembra que prevenir a hidatidose é simples e depende de atitudes básicas: não oferecer vísceras cruas aos cães, realizar vermifugação a cada três meses e lavar as mãos antes das refeições. Durante as palestras, a pesquisadora também destacou as características locais dos municípios e o papel de cada estudante na proteção do meio ambiente e no cuidado com os animais.
A hidatidose é causada pela larva do parasita Echinococcus granulosus, um verme do grupo das tênias. Em sua fase adulta, ele se instala no intestino de cães, que eliminam ovos do parasita pelas fezes, contaminando solo, água e pastagens. A infecção pode atingir ovinos, bovinos e seres humanos, levando à formação dos chamados cistos hidáticos, que surgem principalmente no fígado e nos pulmões e podem exigir cirurgias complexas para remoção.
Participaram da mobilização o médico veterinário e professor da Unipampa de Uruguaiana, Tiago Gallina, coordenador do projeto; equipes da Seapi; das secretarias estadual e municipais de Saúde de Alegrete e Uruguaiana; representantes do Ministério da Saúde; pesquisadores; e profissionais da Fiocruz.
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