Nesta quinta-feira, 13/6, a Polícia Civil em Uruguaiana prendeu mais dois alvos da Operação Fire, deflagrada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Com isso, subiu para 50 o número de presos na operação.  

Pela manhã, segundo o delegado Nilson de Carvalho, a equipe da Draco localizou o alvo na casa da namorada dele, no bairro União das Vilas, onde cumpriu o mandado de prisão preventiva. O homem tem 21 anos e não possuía antecedentes, mas é apontado como integrante da organização criminosa, sendo responsável por entregar e vender drogas na cidade.  

De tarde, a Polícia Civil a Draco realizou prisão no Bairro Cidade Alegria. Trata-se de uma de uma mulher de 49 anos, que possui antecedentes por tráfico de drogas, associação para o tráfico, furto, posse ilegal de arma de fogo, ameaças, dentre outros crimes. Ela integrava a organização criminosa, sendo responsável por um ponto de venda de drogas na cidade. A presa será encaminhada à Penitenciária Modulada Estadual de Uruguaiana. 

Na quarta-feira, 12/6, a Polícia Civil havia prendido outras duas pessoas. Em Caxias do Sul, após informações repassadas pela Draco de Uruguaiana, policiais civis efetuaram a prisão preventiva de uma mulher alvo da operação, responsável por comandar ponto de venda de entorpecentes. Ela possui 41 anos e antecedentes por tráfico de drogas, associação para o tráfico e por integrar organização criminosa. 

Em Uruguaiana, no bairro Francisca Tarragó, foi preso um homem de 21 anos que não possuía antecedentes, mas integrava a organização criminosa, sendo responsável por outro ponto de venda de drogas.  

A Operação Fire, considerada a maior da Polícia Civil em Uruguaiana, foi deflagrada inicialmente na terça-feira, para reprimir organização criminosa ligada ao tráfico e homicídios em Uruguaiana e que abastece pelo menos 80 pontos de venda de entorpecentes na cidade, distribuindo cerca de 100 Kg de drogas por mês.  Houve apreensão de mais de 30 Kg de drogas durante a operação. 

DEFESA  

Somente ontem, os advogados dos presos tiveram acesso à investigação, pois o caso corria em sigilo na 2ª Vara Estadual de Processos e Julgamentos dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro de Porto Alegre/RS. No primeiro dia da operação, 11 de junho, em defesa exercida ainda em fase de delegacia, dois clientes dos escritórios de Júlia Alonso e Khaoan Castro, ambos advogados criminalistas atuantes em Uruguaiana, foram soltos. Os clientes de Júlia e Khaoan foram presos em flagrante por depósito de drogas, mas foram liberados e restabelecidas as liberdades. 

Na quarta (12) e quinta (13), o poder judiciário realizou as audiências de custódia dos mandados de prisão preventiva, assim como, também, das prisões em flagrante. 

A advogada Julia Alonso conversou com o Jornal CIDADE. Segundo ela com “acesso concedido à defesa ao expediente da investigação da operação, é possível analisar de antemão que a operação foi deflagrada a partir de uma prisão ocorrida em julho do ano passado, no qual resultou na apreensão de um aparelho celular e consequente extração de dados, flagrando a transação do tráfico de drogas em Uruguaiana. Contudo, a prisão em flagrante após ser convertida em preventiva, que deu origem a apreensão deste celular, responsável por desencadear a referida operação, foi relaxada pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, por ser evidenciado abuso de autoridade pelos policiais responsáveis pela apreensão. Desta forma, durante o transcurso do processo será analisado as legalidades processuais e se houve algum tipo de tortura contra o nosso cliente, durante a operação policial”, disse ela.